terça-feira, 1 de dezembro de 2009

então agora deveríamos impedir que eles morram?

LIVRO - OS MONSTROS - DAVE EGGERS - desde que vi o trailer de onde vivem os monstros, estou desesperada para assistir ao filme. como não dá para saber quando vai estrear no brasil, com todos os cinemas ocupados em passar o mesmo filme no mesmo horário, comecei a apelar para a literatura. primeiro tentei comprar o livro do maurice sendak na feira da usp, mas a cosac não leva lançamentos. tive que me contentar então com esse os monstros, espécie de novelização do filme escrita por dave eggers. minha animação ao ler a versão de um autor tão elogiado para essa história devia ter terminado quando tive a seguinte conversa com uma amiga:

eu: comprei os monstros, do eggers.
ela: ai, tentei ler uma comovente obra de espantoso talento e desisti no meio
eu: e eu tentei ler o que é o quê e desisti no meio.
ela: dave eggers - "dizem que ele é mto bom, mas nunca cheguei ao final"

não que os monstros seja ruim. só não é nada de mais. talvez a culpa não seja do autor, mas do esgotamento de histórias para adultos narradas por crianças. eu achava esses livros e filmes originais e sensíveis há alguns anos, mas não tive paciência com o menino do pijama listrado, menino de lugar nenhum (ok, não insisti muito nesse último) e outros meninos que surgiram nos últimos tempos.

mas é preciso apontar que os os monstros que dão título ao livro são muito carismáticos. não passam de crianças que não sabem bem o que é certo e errado, ou como lidar com seus problemas e medos. e há alguns pontos com que é impossível não se identificar, como quando o professor de max conta para a classe que o sol um dia vai morrer. me lembro claramente do meu professor de física tendo que se explicar depois de uma aula assim, dizendo que não podíamos surtar com esse tipo de coisa.

enfim, continuo no aguardo do filme. os elementos necessários para algo fantástico estão todos lá. e meu passado com spike jonze é mais animador que meu passado com eggers.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

and i'm back in the game!

pois é, eu tinha desistido desse blog. quem me conhece há algum tempo (ainda que bem pouco) sabe que eu tenho uma certa tendência a começar coisas só pra depois abandonar. que o digam os professores de francês, italiano, alemão e japonês. os do curso de administração e letras não podem dizer, pq nem chegaram a notar minha presença. não vou nem falar sobre os instrutores de academia...

mas no fracasso a gente descobre algumas coisas interessantes. por exemplo, faz quatro meses que eu parei de escrever. QUATRO MESES. se eu tivesse continuado, talvez não tivesse mais essa prova de que o tempo é uma coisa ridícula.

enfim, a questão é q ganhei no meu aniversário um caderninho lindo da papel craft, chamado "notas de um leitor". aí comecei a usar no meio desse mês, anotando os livros que ia lendo, e descobri q tenho um monte de coisas para dizer. não sei se vou conseguir escrever sobre todos, ou se isso ia roubar todo o meu tempo de leitura, mas mando a lista do que pode estar por vir, de qq maneira...

LIVROS
a pista de gelo (roberto bolaño)
selva de batom (candance bushwell)
o leitor (bernhard schlink)
o livro do foguete (peter newell)
os monstros (dave eggers)

SHOWS
yael naim

FILMES
500 dias com ela (duas vezes)
lua nova
2012
atividade paranormal

ps: o título do post é uma fala do joseph gordon-levitt em dez coisas que eu odeio em você". uma homenagem ao grande retorno do ator de third rock from the sun em 500 dias com ela.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

if what i think is happening is happening, it better not be

TRAILER - THE FANTASTIC MR. FOX - WES ANDERSON - há quem odeie os filmes do wes anderson. quem não aguente assisti-los até o final. quem se pergunte por que aquelas pessoas são tão esquisitas e qual o sentido de tudo aquilo. e dá pra entender.

mas eu adoro. os excêntricos tenembaums é um dos filmes mais bonitos que eu já vi, viagem a darjeeling é um daqueles que você fica repetindo as melhores partes e até o mais chatinho a vida marinha com steve zissou tem cenas inesquecíveis, como a visão do tubarão-jaguar.

por isso, por mais estranho (e "estranho" é a palavra quando se trata de wes anderson) que pareça ele dirigindo um longa em stop motion em vez de um roteiro original (mas não se trata também de qualquer roteiro adaptado: é um roteiro adaptado de um livro de ronald dahl, o que faz muito sentido para wes), não espero nada menos que sensacional. como michel gondry dirigindo o besouro verde. de alguma forma, vai dar certo.

por fim, vamos ao trailer. repare que são os mesmos caras de sempre: owen wilson, bill murray, jason schwartzman e... meryl streep! só q ela faz a voz da anjelica houston, tipo quando outros atores fazem o woody allen nos filmes dele.

terça-feira, 28 de julho de 2009

the following is a work of fiction. any resemblance to persons living or dead is purely coincidental. especially you jenny beckman. bitch.

FILME - 500 DIAS COM ELA - MARC WEBB - assisti ao trailer de 500 days of summer (veja aqui). esperava mais (acho que o trailer de onde vivem os monstros colocou os meus padrões lá em cima), mas torço para que o filme seja mesmo tão bom quanto indica a crítica americana.

uma coisa que eu ainda não tinha percebido: o mocinho é o menino de third rock from the sun! em um primeiro momento achei que de maneira alguma ele iria convencer como um adulto e par romântico da zooey deschanel (o guia do mochileiro das galáxias - adoooro!), mas fiz uma busca rápida no imdb e vi que ela tem 29 anos, e ele, 28! foi então que percebi que já faz dez anos desde 10 coisas que eu odeio em você e que se o heath ledger teve tempo de virar um caubói gay, bob dylan, coringa e se matar (ou não), é aceitável que o joseph gordon-levitt tenha crescido e virado mocinho de filmes adultos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

do you remember when we met

SHOW - CAT POWER - fui ao show da cat power no via funchal por dois motivos: primeiro porque todo o mundo que a assistiu no tim festival há dois anos ficou absolutamente encantado (e não, não estou exagerando); segundo porque eu queria desesperadamente ouvir "sea of love", parte da trilha de juno (aquela que toca depois que ela teve o filho e fica chorando na cama), ao vivo.

depois do show, confirmo que a cat power tem mesmo essa qualidade hipnotizante que faz você querer ser tão supercool quanto ela. MAS o show foi um pouco cansativo, não sei se porque eu já tinha feito muita coisa naquele dia e estava com uma dor nas costas horrível ou se porque em um ou dois momentos eu me sentia em contatos imediatos de terceiro grau, com o palco vazio, aquelas luzes na minha cara e uma melodia eletrônica "pa-pa-ti pa-pa-ta" se repetindo.

mas, de um modo geral, o show foi bastante bonito. os arranjos de *todas* as músicas (inclusive da minha querida "sea of love") foram modificados, fazendo daquela uma experiência única, completamente diferente a de se ouvir o cd. (me sinto obrigada a confessar que roubei a primeira parte dessa observação da irmã de uma amiga. so sorry.)

sobre "sea of love": eu já tinha entregue os pontos (culpa do radiohead, que me deixou traumatizada. fiquei o show todo esperando ouvir uma "no surprises" que nunca veio. so sad.) quando ela finalmente chegou, no biss. imperdível!

how grand it must be to be the chosen one

FILME - HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE - DAVID YATES - a série harry potter já teve dois grandes diretores: alfonso cuarón (harry potter e o prisioneiro de azskaban) e mike newell (harry potter e o cálice de fogo). os dois foram amplamente elogiados por fãs e crítica. por isso, a permanência do rodízio de diretores deu a entender que, para dar maior fòlego a uma série bastante longa, haveria um novo profissional a cada episódio. qual não foi a surpresa então quando david yates, completo desconhecido e responsável pelo filme mais fraco da série (harry potter e a ordem da fênix), foi mantido não apenas para o sexto filme, mas para os dois que se seguiriam a ele?

por esse motivo, eu já esperava muito pouco do filme que estreia agora. quando as críticas começaram a sair e a única positiva (e bastante entusiasmada) foi a da isabela boscov, da veja, fiquei ainda mais segura do que encontraria. e foi isso mesmo. o filme não é ruim. mas sou completamente indiferente a ele. você senta, assiste e, quando vai embora, esquece. não vai querer assistir de novo, não vai esperar desesperadamente pelo dvd, não vai ficar rememorando passagens na cabeça antes de dormir (ou será que só eu que faço isso?). não existe um desenvolvimento de personagem ou de trama e, para ser sincera, não vou nem esperar pelos últimos filmes, mesmo que acabe indo assisti-los.

e a verdade é: quem se importa? a qualidade dos filmes de harry potter a essa altura não influi mais em sua bilheteria. é algo como o que aconteceu com wolverine no brasil. pode ser péssimo, mas é um sucesso de bilheteria. um filme hoje não precisa mais ser bom nem como cinemão (como os primeiros guerra nas estrelas, indiana jones e o atual jornada nas estrelas). é só ter marca.

só pra não dizer que sou incapaz de apontar algo de positivo nesse harry potter, jim broadbent, que recebeu um oscar por iris está ótimo como um ao mesmo tempo bonachão e condenável professor slughorn. só é uma pena que ele tenha que contracenar com o daniel radcliffe...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

you don't want to be with me

FILME - A PROPOSTA - ANNE FLETCHER- meu problema com esse filme começa no título. a proposta não quer dizer nada, já que, em português, uma pessoa pede outra em casamento, e não propõe. dito isso, gostaria muito de saber que tipo de pessoa faz a adaptação de títulos de filmes estrangeiros para o português. pessoalmente, gostaria muito de um trabalho desses e, pelo que parece, não se exige lá muita coisa dos candidatos à vaga. por motivos óbvios, imagino (e torço para) que não seja a mesma pessoa que faz a tradução em si.

mas falando do filme: o roteiro de a proposta não é exatamente original. algo como o diabo veste prada meets qualquer comédia romântica. mas confesso que me diverti, em parte porque precisava dar uma pausa nos filmes deprimentes e em parte porque a personagem da sandra bullock é uma editora, então a história é trazida para um universo com o qual eu posso me identificar. ao que parece, eu mesma sou muito exigente quando responsável pelo trabalho de outra pessoa.

mesmo assim, uma coisa me incomodou nesse filme, que não é excepcionalmente engraçado ou bonito: não dá pra acreditar que o personagem do ryan reynolds tenha se apaixonado pelo da sandra bullock. ok, que isso tenha acontecido com ela, a gente até acredita, porque se trata de uma pessoa completamente sozinha. mas porque ele teria interesse nela é uma parte da história que esqueceram de contar. parece que assumiram que o público já sabia o que ia acontecer e que seria perda de tempo explicitar isso na tela.

uma outra dúvida: eu gosto ou não do ryan reynolds? ainda não consegui decidir qual é a dele. em três vezes amor (bom filme) eu estava muito perto do "gosto", mas aí veio wolverine e estragou tudo.

por último, já que estamos falando de comédias românticas, fico no aguardo de 500 days of summer, com a zooey deschanel (o guia do mochileiro das galáxias e sim, senhor), que parece ser aquela comédia romântica do ano que sai do medíocre.