domingo, 12 de julho de 2009

dizem até que a academia sueca teria cometido um erro de português

LIVROS - FLIP - DIA 3 - sábado foi o dia mais cheio da flip para mim. tudo começou com alex ross, que escreveu para o new york times e a new yorker e agora lança no brasil um livro sobre música erudita no século XX. me parece muito interessante que alguém moderno escreva sobre esse tema e, por isso, queria já há um tempo dar meu apoio ao alex ross sem ter contudo que ler um calhamaço sobre um assunto que, vamos encarar, não me interessa muito. a vinda dele para o brasil acabou sendo perfeita. mostrei meu apoio em 1h15 de "música erudita para dummies" e agora posso dormir com a consciência tranquila.

sophie calle e grégoire bouillier foram, para mim, a decepção da flip. são duas pessoas sem méritos literários que justifiquem sua presença ali e que, pelo visto, foram convidadas pelo inusitado de sua situação. para quem não sabe, grégoire deu o fora em sophie por e-mail, e ela fez uma exposição disso, com 170 mulheres analisando esse texto sob pontos de vista diferentes. parece até uma obra interessante, mas a mesa foi apenas sobre amor, como quando alan pauls falou de o passado).

gay talese chamou bastante atenção durante a feira não apenas por ser um dos convidados mais famosos, mas também por sua figura (um velhinho andando por paraty com ternos de alfaiate e guarda-chuva como bengala). a mesa conduzida por mario sergio conti foi excelente (será a jornalista em mim falando?). houve apenas um momento muito triste (e aí sim era pertinente falar de amor em uma feira literária) em que o jornalista brasileiro perguntou sobre o livro que talese escreve sobre seu casamento com a editora nan talese, e se ele não se sentia mal por expor sua esposa novamente ao ridículo (depois de ter escrito a mulher do próximo, em que narra sua experiência trabalhando como cafetão). talese respondeu sem parecer ofendido e visivelmente emocionado que não havia nada que pudesse fazer. ele é um escritor. mas que talvez não fosse o escritor que se sentisse obrigado a contar essas histórias, mas o homem que não consegue deixar de machucar, que precisa destruir uma relação.

antónio lobo antunes encerrou a noite com muito bom humor. humberto werneck fez a sua parte com alguns comentários anti-saramago.

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