terça-feira, 23 de junho de 2009

você sabia que os morros do rio de janeiro são um projeto do niemeyer?

FILME – APENAS O FIM – MATHEUS SOUZA – alguém, em algum momento (desculpem a falta de precisão, mas quando escrevo isso estou sem internet e sei que vou ficar com preguiça de procurar depois), disse que existe uma idade mínima para se escrever um bom livro. isso porque, até uma certa idade, você simplesmente não viveu experiências o suficiente para conseguir entender de verdade as coisas (tem uma música francesa ótima que concorda com isso. a letra segue no próximo post, mas o ideal seria um áudio, que não sei se vou conseguir depois na net. mistério!).

mesmo assim, matheus souza, aos 20 anos, resolveu tentar. ok, ele escreveu um roteiro, não um livro. mas um roteiro extremamente literário. e, no que se refere a desenvolvimento de personagem e representação de sentimentos, que, no fundo, é o que importa, conseguiu algo que gente muito mais experiente que ele, seja no cinema ou na literatura, não tem conseguido. e, de quebra, fez um dos filmes mais engraçados dos últimos anos.

o grande trunfo de matheus souza é que ele decidiu escrever sobre algo que conhece: o relacionamento entre dois jovens que, vamos encarar, devem ser como ele e os amigos dele. com isso, o diretor nos poupou de assistir a mais um filme cheio de boas intenções, com uma boa dose de culpa e incrivelmente chato sobre a favela do rio de janeiro feito por um diretor que nunca pisou com o seu all star fora da zona sul.

embora seja um pouco difícil acreditar que uma personagem como a de erika mader exista na vida real (confesso que não consigo nem lembrar o nome dela. se ele queria uma protagonista “maluca”, deveria ter se inspirado em kate winslet em brilho eterno de uma mente sem lembranças (temo que esse filme vá ser um pouco recorrente nesse blog. brilho eterno é para mim o que o poderoso chefão é para os homens: a resposta para todas as perguntas) ou natalie portman em hora de voltar. ou será q a culpa é da erika mader, que não consegue convencer nem como apresentadora do multishow?). mas a protagonista não é ela, e sim tom (gregório duvivier ou "o novo selton mello"). é da boca dele que sai o texto em que a gente acredita. ele é o personagem que vamos identificar com um amigo. o nerd/indie que vem ganhando cada vez mais espaço nos cinemas (obrigada, michael cera).

tudo bem, qualquer pessoa que assistiu a antes do amanhecer, lançado há 15 anos, sabe que não foi matheus souza quem inventou a hora e meia de diálogo sobre um relacionamento. mas isso não muda o fato de que apenas o fim é um filme sensível e verdadeiro, coisa que não é tão fácil de se encontrar no cinema mundial, e muito menos no brasileiro...

Um comentário:

  1. e aí surge a pergunta: o que sairia do casamento da clementine com o (sel)tom? aposto que lindos filhinhos psicóticos de óculos do vovô e cabelo laranja.

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